As mulheres do Irão receberam a menção especial de “Heroínas do Ano” pela revista Time, que aplaude o seu movimento de “luta pela liberdade” com uma reportagem ilustrada por três mulheres retratadas de costas.
As mulheres iranianas foram eleitas “Heroínas do Ano” pelos seus protestos em prol da liberdade feminina no país e contra a polícia da moralidade. Desde setembro, quase 500 mulheres já foram mortas e outras 1800 presas durante as manifestações no Irão.
“As mulheres mais jovens estão agora nas ruas. O movimento que elas lideram é educado, liberal, secular, criado com expectativas mais altas e desesperado por normalidade: faculdade e viagens ao exterior, empregos decentes, estado de direito, acesso à Apple Store, um papel significativo na política, a liberdade de dizer e usar o que quer que seja”, lê-se no editorial da revista Time.
O ponto alto do movimento aconteceu devido a morte de de Mahsa Amini, de 22 anos, que estava presa por usar o seu hijab, o véu islâmico, de forma incorreta e deixar parte de seu cabelo à mostra.
O Irão acaba de ser expulso, com 29 votos favoráveis, da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, um órgão das Nações Unidas (ONU), devido às suas políticas contrárias aos direitos de mulheres e meninas e à repressão imposta a manifestantes.
A resolução aprovada determina a “remoção com efeito imediato da República Islâmica do Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher pelo período restante do seu mandato”, que começou este ano e iria terminar em 2026. A Comissão sobre o Estatuto da Mulher é o principal fórum da ONU sobre igualdade de género e é composta por 45 países, que reúnem anualmente em Nova Iorque.