
Teresa Gonçalves tem uma experiência profissional variada, graças a passagens por diferentes países e funções, desde a construção ao design de interiores. Acabou por escolher dedicar-se ao design e construção de retail, como chefe de projeto. “É a posição que me preenche mais, onde acabo por aprender e crescer como profissional e como pessoa”, conta-nos.
Atualmente a viver em Paris, a responsável por store design and planning na Cartier revela que a cidade que lhe ofereceu melhores condições foi Basel, na Suíça, principalmente devido aos salários altos e ao estilo de vida calmo. Porém, confessa que prefere “cidades grandes e um dia-a-dia agitado” e, portanto, rumar à capital francesa foi “uma boa escolha”.
Conheça melhor a convidada desta DEEP TALK.
Como é que a Cartier surge no seu percurso profissional?
Através de um convite de uma talent hunter que ouviu falar de mim.
O que distingue os clientes Cartier?
Depende do perfil de cliente e do país. Em geral, diria que é o gosto pelo luxo e pelas peças icónicas da marca, que, muitas vezes, são procuradas para assinalar um momento especial na vida das pessoas.
O que mais gosta e menos gosta na sua profissão?
Adoro viajar e trabalhar em grupo, e a minha profissão exige muita viagem e comunicação. O lado menos positivo é o quão desgastantes e exigentes podem ser as viagens.
Como cultiva o networking?
Tentando inserir-me em meios que sei que podem alimentar o meu network: grupos de Whatsapp, Facebook, eventos ou até mesmo ir beber um copo num espaço onde sei que vou encontrar alguém da minha área.
Que conselhos daria a quem gostaria de trabalhar na Cartier? Quais as soft skills mais valorizadas e quais as funções mais procuradas?
Dou o mesmo conselho que daria para qualquer outro lugar: mostra as tuas melhores skills e menciona também as falhas; mostra humildade, mas força e determinação de crescer como profissional e pessoa. A Cartier é uma empresa tradicional francesa onde os valores humanos são altamente valorizados e isso é o mais importante. You do you!
Pessoas com cargos de chefia/topo na Cartier são pessoas acessíveis? É uma boa ideia abordar estas pessoas através do Linkedin, por exemplo?
Eu acho que sou acessível! E, sim, penso que com humildade e transparência, porque não?
Que tipo de oportunidades de trabalho existem dentro do setor do Luxo em Portugal? Que conselhos daria a quem quer ter uma carreira neste setor?
Não conheço muito as oportunidades em Portugal. Quando procurei, há uns anos, pareceram-me um pouco limitadas, porque estão organizadas a nível ibérico (agregadas muitas vezes a Espanha). Mas, nos últimos anos, sinto que tem evoluído um pouco. O meu conselho é abordar diretamente as empresas portuguesas e depois os grandes grupos de luxo com vagas na Península Ibérica.
Qual foi o episódio mais marcante do seu percurso profissional até hoje?
Sempre que o meu trabalho é reconhecido sabe muito bem, ou então quando vejo uma obra minha a ser construída.
Se pudesse escolher outra profissão, qual seria?
Designer de jóias, o meu outro curso, ou teria continuado como cavaleira.
O que se vê a fazer daqui a 5/10 anos?
O mesmo, mas melhor!
Que conselhos daria a si mesma com 25 anos?
A vida passa a correr. Trabalha menos e aproveita mais.