“O Isolamento Social aumenta a percepção de perigo e gravidade, mas também de segurança e protecção. Devemos procurar compensar um pensamento com o outro!”
De modo a apoiar todas as pessoas que sofrem de diabetes, neste período atípico, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reuniu 10 conselhos assinados pela psicóloga clínica Ana Lúcia Covinhas.
“É normal sentir mais ansiedade, stress, irritabilidade, zanga, sentimentos depressivos, insónia e frustração. Estes sintomas resultam da sensação de privação de liberdade conjuntamente com o medo de contrair a infeção ou o medo de não ter as provisões suficientes para atravessar este período. Resultam também do crescendo da desinformação resultante do confronto entre várias fontes informativas”, explica a psicóloga.
Para que mantenha o seu bem-estar, a especialista aconselha:
- Cumpra escrupulosamente as orientações das instituições de referência de autoridade da saúde, quer nos comportamentos de prevenção à propagação do vírus para não aumentar o contágio, quer no cumprimento do isolamento social a que a quarentena obriga.
- Selecione fontes de informação credíveis e confie. Não há razão para as autoridades nos esconderem informação, uma vez que precisam da colaboração de todos.
- Tenha cuidado com as informações/ vídeos/ testemunhos que circulam nas redes sociais. Não temos como saber se são verdadeiros. Saiba que o medo nos leva a fazer
interpretações irracionais e a aumentar a dimensão da realidade que nos assusta. Este facto, amplifica e potencia emoções negativas. - Informe-se das linhas de apoio geral e de apoio à diabetes. Peça ajuda!
- Esteja atento às redes sociais de grupos de pessoas com diabetes. A interajuda é fundamental neste período. Além de que aprendemos sempre uns com os outros.
- Aproveite o tempo que está em casa para fazer coisas que lhe dão prazer. Aquelas para as quais se queixa de “não ter tempo”. Faça listas para agora e para depois!
- Procure manter os seus ritmos diários de sono, padrão alimentar adequado e o exercício físico possível.
- Contacte familiares e amigos. Mantenha-se em rede. A comunicação aproxima-nos, ajuda a relativizar as preocupações, combate o aborrecimento e reduz a ansiedade.
- Seja altruísta e procure o altruísmo nos outros. Além de nos engrandecer enquanto ser humano, promover o bem-estar físico e psicológico. Participe nas correntes de apoio que começam a surgir (como ir à janela bater palmas aos profissionais de saúde que cuidam de nós ou cantar em conjunto ou outras que nos façam ir à janela, todos à mesma hora). A comunidade apoia-se e todos sabem exatamente o que está a sentir.
- Para tudo, seja criativo. A criatividade liberta e dá-lhe poder.
Para as pessoas com diabetes com mais de 60 anos, consideradas grupo de maior risco, tal como acontece com os idosos e pessoas com outras doenças crónicas, esta quarentena rigorosa é ainda mais importante e é esse grupo o foco de maior preocupação por parte da associação.
José Manuel Boavida, presidente da APDP, salienta:
“Garantir um sentimento de segurança e proteção é um dos principais objetivos da associação. Para tranquilizar, a APDP implementou um sistema de teleconsultas, com contactos diários aos seus utentes para dar uma palavra de conforto, criou uma linha de atendimento telefónico gratuito para prestar aconselhamento especializado de apoio e orientação a adultos com diabetes e seus familiares, criou um serviço domiciliar de entrega de medicamentos e continua a assegurar os novos casos de diabetes ou situações urgentes.”
O número de telefone da linha de apoio é o 21 381 61 61 e está disponível das 8.00h às 20.00h, incluindo fins de semana.