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O cancro do colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum em mulheres em todo o mundo, sendo que só em 2018 houve 32 mil novos diagnósticos e 89.900 mortes globalmente pela doença. Para além disso, tem uma taxa de sobrevivência de cinco anos de apenas 15%, e 20% das diagnosticadas apresentam a doença em estado avançado.
Por tudo isto, as novidades que nos chegam de Manchester representam um pouco de esperança num diagnóstico precoce. De acordo com uma prova de conceito levada a cabo por cientistas da Universidade de Manchester e da Manchester University NHS Foundation Trust, um novo e simples teste de urina pode detetar o cancro do útero com precisão.
Atualmente, o diagnóstico é feito através de um exame endoscópico chamado histeroscopia, que avalia a cavidade uterina utilizando um sistema ótico designado histeroscópio. Porém, 31% das mulheres têm de repeti-lo devido a dificuldades técnicas ou por sentirem dores insuportáveis.
O cancro do útero é conhecido por liberar células malignas através do colo do útero para o trato genital inferior, que podem ser recolhidas da vagina por meio de uma lavagem suave ou de amostras de urina coletadas pela própria pessoa. Testar as células pode ser uma ferramenta útil e com algumas vantagens, nomeadamente os baixos custos, tempo de resposta rápido e potencial diagnóstico no local de atendimento.
A equipa liderada pela professora Emma Crosbie, da Universidade de Manchester, testou a nova ferramenta em 103 mulheres com cancro diagnosticado e noutras 113 com perdas de sangue inexplicáveis pós-menopausa. A proporção de mulheres com a doença que foram identificadas pela nova ferramenta foi de 91,7%. Já a proporção de mulheres sem cancro com teste negativo foi de 88,9%.
Os investigadores, cuja análise foi publicada na revista científica “Nature Communications”, acreditam que o novo teste seria uma boa adição aos cuidados de saúde primários, como uma ferramenta de triagem para mulheres com suspeita de cancro do útero. Embora os dados sejam muito promissores, sublinham que estes devem ser confirmados num estudo de maior escala.