Os números são assustadores: segundo a Sociedade Americana contra o Cancro, as mulheres negras têm 40% mais probabilidade de morrer vítimas de cancro da mama do que as brancas. Além disso, tendem a ser diagnosticadas num estágio mais avançado, sendo também o grupo com menos melhorias na taxa de mortalidade pela doença.
Um estudo recente concluiu que, de modo a reduzir as disparidades raciais nas taxas de mortalidade por cancro da mama, as mulheres negras devem começar a fazer mamografias mais cedo.
A pesquisa, publicada na revista científica “JAMA Ntework Open”, analisou as mortes por cancro da mama em 415.277 pacientes do sexo feminino nos Estados Unidos da América entre 2011 e 2020. Com base no risco de morte para cada grupo racial, os investigadores concluíram que as mulheres negras devem iniciar o rastreio oncológico a partir dos 42 anos. As mulheres brancas devem fazer o exame aos 51 anos; as mulheres indígenas americanas, nativas do Alasca e hispânicas aos 57; e as mulheres asiáticas e das ilhas do Pacífico aos 61.
“Acreditamos que, quando a justiça e a otimização da alocação de recursos para reduzir a mortalidade é o objetivo da triagem, os formuladores de políticas de saúde devem procurar a equidade e não apenas a igualdade”, dizem os autores do estudo. “Igualdade no contexto da triagem do cancro da mama significa que todos são rastreados a partir da mesma idade, independentemente do nível de risco. Por outro lado, equidade ou triagem adaptada ao risco significa que todos recebem triagem conforme o nível de risco individual.”
Em Portugal, o portal SNS24 diz que, “no caso do cancro de mama, o consenso inclui a realização de mamografia a cada dois anos, dos 50 até aos 69 anos”.