Alguma vez sentiu desconforto ou angústia resultante de ficar sem acesso a um telemóvel que funcione? Se sim, saiba que este é um dos sintomas da nomofobia.
O anglicismo é uma abreviatura de “no–mobile-phone phobia” (fobia de não ter telemóvel, em tradução livre) e descreve um receio exagerado e inexplicável de ficar incontactável por não se ter um telemóvel para comunicar. Este sentimento de ansiedade, seja ao perder o dispositivo eletrónico, ficar sem bateria ou cobertura de rede, pode ser poderoso a ponto de causar ataques de pânico.
A expressão surgiu pela primeira vez em 2008, num estudo encomendado pelo UK Post Office. Entre mais de 2100 adultos, a pesquisa concluiu que 53% tinham esta fobia. Quando questionados sobre os motivos para nunca desligarem o aparelho, 55% citaram a necessidade de se manterem em contacto com familiares e amigos; 10% disseram que precisavam de estar contactáveis por motivos profissionais; e 9% relataram que a iniciativa os fazia sentir-se ansiosos.
Embora a Organização Mundial de Saúde ainda não tenha classificado a nomofobia como uma patologia mental, os peritos alertam para a crescente dependência dos smartphones. O portal de estatísticas Statista diz que existem atualmente 6,37 mil milhões de utilizadores destes aparelhos portáteis em todo o mundo, equivalendo a 80,7% da população mundial. Números altos comparativamente ao cenário de 2016, em que os dados apontavam para 3,67 mil milhões e 49,4%, respetivamente. Os especialistas concordam que este aumento, aliado à facilidade de conexão à Internet, tem sido a semente do desenvolvimento da adição tecnológica.
As consequências psicológicas mais comuns da nomofobia são ansiedade, depressão ou isolamento — quando as relações online substituem as da vida real. Também existem consequências físicas como, por exemplo, dores de cabeça; dores de estômago; desconforto ocular, devido à sobre-exposição a ecrãs; ou dores nos pulsos e no pescoço, por conta da posição inadequada.