
Se o seu filho balança ou move ritmicamente uma parte do corpo antes de adormecer, isso pode ser um sinal do distúrbio de movimento rítmico relacionado com o sono (DMR).
O DMR envolve movimentos corporais repetidos e costuma manifestar-se nos primeiros anos de vida, sendo mais prevalente entre os meninos, diz um artigo de revisão da Sociedade Brasileira de Pediatria. Os sintomas tendem a desaparecer com o passar do tempo — regra geral, ficam resolvidos entre os três e os quatro anos —, mas, em casos raros, podem persistir na idade adulta.
A American Academy of Sleep Medicine (AASM) explica que os episódios acontecem enquanto a criança adormece ou durante qualquer estágio do sono. Além disso, também podem ocorrer durante atividades silenciosas, quando ela está acordada, por exemplo, a ouvir música ou a andar de carro. Já as ações são rápidas, com um ou dois movimentos a cada um ou dois segundos. Um episódio pode durar até 15 minutos e as crianças com idade suficiente para falar, de modo geral, não se lembram dele ao despertar.
Existem vários tipos de DMR:
- Balançar o corpo. A criança pode balançar o corpo todo apoiada nas mãos e nos joelhos. Ela também pode balançar a parte superior do corpo quando está sentada;
- Bater com a cabeça. Isto costuma acontecer quando a criança está deitada de barriga para baixo. Ela levanta a cabeça ou toda a parte superior do corpo e, em seguida, bate a cabeça com força na almofada ou no colchão. Esta ação é repetida e também pode ocorrer na posição sentada;
- Movimentos laterais com a cabeça. A cabeça é abanada de um lado para o outro, regra geral, quando a criança está deitada de costas.
As formas de movimento rítmico menos comuns incluem:
- Abanar o corpo
- Bater com as pernas
- Balançar as pernas
Os movimentos rítmicos só são diagnosticados como um distúrbio se existirem consequências associadas aos eventos como, por exemplo, quando as ações prejudicam gravemente a criança ou perturbam muito o sono da mesma. Caso tenha dúvidas, procure um pediatra.
Nos adultos, pode ser síndrome das pernas inquietas?
Depende. Este problema é crónico e pode dificultar o sono dos pacientes. A síndrome das pernas inquietas caracteriza-se “por sensações desconfortáveis nos membros inferiores, que ocorrem mais ao final do dia e à noite, sobretudo na cama”, explica o Dr. Alexandre Mendes, neurologista no Hospital Lusíadas Porto, no site oficial do grupo de saúde.
As sensações, refere o médico da Consulta de Doença do Parkinson e outras doenças do movimento, “surgem em repouso” e “forçam a pessoa a mover os membros inferiores para obter alívio”. Quem sofre da síndrome das pernas inquietas pode descrever vários tipos de sensações que nascem no interior destes membros: latejamento, dor, comichão e até uma sensação elétrica. Estes sintomas intensificam-se e só com o movimento é que se consegue sentir algum alívio.
Já nos casos de distúrbio de movimento rítmico relacionado com o sono, os movimentos constituem uma forma de a pessoa se acalmar para facilitar o sono. Não há uma sensação desconfortável nas pernas, nos braços ou em ambos os membros, quando se está sentado ou deitado, e a que se associa uma vontade irresistível de movê-los.