A saúde metabólica é muitas vezes mal interpretada como a capacidade de manter um peso saudável. Na realidade, consiste numa sinfonia de processos que ditam como os nossos corpos utilizam a energia, regulam as hormonas, controlam a pressão arterial e muito mais. Quem o diz é o Dr. William Cole, perito em medicina funcional em declarações ao portal mindbodygreen.
O profissional de saúde dá o exemplo da perda de peso, sendo que a sabedoria convencional diz-nos que tudo se resume às calorias que entram e saem. Contudo, não é bem assim.
“Existem fatores aparentemente infinitos que afetam a capacidade de perder peso e que não são resolvidos ao contar calorias, ou com ‘soluções rápidas’”, afirma. “Muitas pessoas vêm até mim em busca de respostas, sentindo que algo não está bem. Apresentam sintomas como fadiga, alterações de peso, alterações de humor ou problemas digestivos que a medicina convencional não consegue resolver adequadamente”, continua. “Estes sinais podem ser indicativos de um desequilíbrio metabólico, mais comummente conhecido como ‘inflexibilidade metabólica’”.
Cole afirma que, no final das contas, temos de ficar saudáveis para perder peso e não perder peso para ficarmos saudáveis. “E tudo começa com tornar-se flexível metabolicamente”.
Potenciais sinais de um desequilíbrio metabólico
O especialista esclarece que a inflexibilidade metabólica não é um diagnóstico padrão. Em vez disso, encara-o como um espectro de questões que podem manifestar-se de maneira diferente em cada pessoa. Eis alguns sinais comuns que podem indicar um desequilíbrio metabólico:
-
Flutuações de energia: sentir-se exausto, apesar do descanso adequado, ou sofrer quedas repentinas nos níveis de energia ao longo do dia;
-
Mudanças de peso: ganho de peso inexplicável ou dificuldade em perder peso, apesar dos esforços para fazer dieta e praticar exercício;
-
Desequilíbrios hormonais: ciclos menstruais irregulares, alterações de humor, interrupções na libido ou problemas de sono que parecem não estar relacionados com fatores externos;
-
Desconforto digestivo: inchaço frequente, gases, prisão de ventre ou diarreia que persiste, apesar das mudanças na dieta;
-
Confusão cerebral e problemas de saúde mental: ter dificuldades em manter o foco e a concentração, problemas de memória, ansiedade ou depressão que afetam a vida diária;
-
Insónia ou padrões de sono perturbados: dificuldade em adormecer, permanecer a dormir ou acordar a sentir-se inquieto, apesar das horas adequadas de sono;
-
Problemas de pele: condições persistentes, como acne, eczema, psoríase ou pele anormalmente seca, ou oleosa, que não responde bem aos tratamentos convencionais;
-
Alterações no cabelo e nas unhas: unhas quebradiças, queda de cabelo ou alterações na textura do cabelo que parecem não estar relacionadas com fatores externos, como produtos capilares ou mudanças ambientais;
-
Sensibilidade à temperatura: sensação de frio ou calor excessivo, ou flutuações na temperatura corporal, que não se alinham com as condições ambientais;
-
Desejos e alterações de apetite: desejos frequentes por alimentos açucarados ou processados, ou padrões irregulares de apetite, como fome constante ou falta de apetite;
-
Desconforto muscular e articular: dores musculares inexplicáveis, dores nas articulações, rigidez ou fraqueza que persistem, apesar do descanso ou relaxamento adequado.
“Condições como diabetes, síndrome do ovário poliquístico, resistência à insulina e outros distúrbios metabólicos também podem apontar para um desequilíbrio metabólico subjacente”, salienta o médico. “Reconhecer estes sinais é o primeiro passo para compreender as necessidades do seu corpo. A partir daí, poderá avançar focada em chegar à raiz do problema, em vez de usar uma solução estilo penso rápido”.