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Lembram-se das velhas fotografias dos filhos que levávamos na carteira para mostrar às amigas? Esqueçam! Com o Huawei Watch 3 podemos usar as nossas fotos como mostrador do relógio. Podemos usar até um pequeno vídeo, de 5 segundos, para que as nossas amigas vejam como o miúdo sai mesmo à mãe. Ou à avó. Quando descobri coloquei logo o vídeo do Pedro, a dar os primeiros passos, mas pode ser outra coisa qualquer: ações a atingir um valor recorde, um movimento de yoga particularmente desafiante, a praia paradisíaca para onde vamos nas férias, o Brad Pitt a sorrir, o que quer que vos entusiasme…. É uma funcionalidade divertida – e perfeita para fazer um brilharete junto da “grupeta”.
Já sabia que o mercado dos smartwaches não para de crescer – em valores e nas funcionalidades que os fabricantes conseguem encaixar dentro destes aparelhos tão pequenos –, mas nem assim estava preparada para todo o potencial do Huawei Watch 3. Nomeadamente a possibilidade de incluir um e-SIM, uma espécie de chip igual ao do telemóvel, mas em modo virtual, o que permite fazer e atender chamadas com o relógio, sem a presença do telemóvel grandalhão por perto. Podemos até sair de casa sem o levar e, mesmo assim, não perder nenhuma chamada importante.
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Para fazer desporto, esta funcionalidade é perfeita. De facto, o Watch 3 tem tudo para nos acompanhar numa boa corrida ou qualquer outro exercício – existem mais de 100 modos à escolha, sendo que reconhece automaticamente as modalidades mais comuns. Não experimentei todas, é claro, mas fiz corrida e natação e funcionou perfeitamente. Além disso, o Huawei tem GPS, para acompanhar o percurso. Mede os passos, os quilómetros, as calorias gastas, a duração do treino e por aí fora. Monitoriza, em tempo real, o nosso estado físico, mede a frequência cardíaca, os níveis de oxigénio no sangue (SpO2), e até a temperatura corporal, o que é uma raridade nestes aparelhos – e tão útil neste tempo em que a saúde passou para primeiro plano. Não lhe faltam sequer apps para passar música e os nossos podcasts favoritos.
Mas atrevo-me a dizer que não são só os desportistas quem beneficia com esta monitorização em tempo real. Qualquer pessoa pode ser avisada caso o ritmo cardíaco dispare ou os níveis de stress atinjam patamares inesperados. São alertas que ninguém quer receber, mas que podem realmente salvar-nos a vida, e é muito bom saber que estão lá. O Watch 3 pode até ligar automaticamente para o 112 numa emergência, como uma queda. Por sorte não passei por nenhuma situação semelhante, mas admito que consultava os valores de SpO2 e a frequência cardíaca várias vezes ao dia. E, confesso, o que vi tranquilizou-me.
Superpoupança de bateria
Nos primeiros dias passei realmente muito tempo às voltas com o smartwatch. Mais até do que a olhar para o telemóvel. Fiz o que os peritos nestas lides chamam de uso intensivo, e mesmo assim a bateria durou três dias! Outra boa surpresa… Toda a gente diz que a bateria é o calcanhar de Aquiles dos smartwaches, mas parece que com o Huawei Watch 3 há toda uma nova realidade (com a vantagem de que até é possível escolher um modo de superpoupança de bateria, que dura 14 dias).
No meu caso não houve poupança alguma, foi usar e abusar e quando finalmente a bateria começou a pedir carregamento estava a experimentar outra novidade, os mapas da Huawei, sobre os quais já falarei em seguida porque, antes, gostava de chamar a atenção para mais uma vantagem. Chama-se – tem um nome complexo – “carregamento inverso sem fios”, mas o funcionamento é bastante simples e permitiu-me usar o smartphone da Huawei para carregar o relógio. Primeiro há que ativar a função, mas depois é colocar um por cima da bateria do outro para que o relógio comece a carregar. Isto é genial numa situação de emergência, e a mim permitiu que o relógio me guiasse até à redação da ACTIVA. Ok… não era uma emergência, porque sabia perfeitamente como cá chegar, mas imaginem que era para um sítio que não conhecia? Entretanto, uma vez chegada, bastaram dez minutos de carga na corrente normal para ter autonomia até ao final do dia.
A vida toda no pulso
Outra das características mais marcantes deste Watch 3 é ser o primeiro dispositivo do género a funcionar com o novíssimo HarmonyOS, o sistema operativo da Huawei, e isso permite-nos instalar mais aplicações no relógio. Uma delas é o Petal Maps, a tal aplicação de mapas que permite seguir as indicações do caminho consultando apenas o relógio no pulso, o que é muito mais prático do que tirar o telemóvel no meio da rua. Gostei também da stocard, que permite guardar todos os cartões de fidelidade das lojas em vez de ter de os carregar na carteira (tinha-os sempre comigo e quando, nas lojas ou no supermercado me perguntavam se tinha o cartão, mostrava o relógio).
Mas há mais, como rádios e leitores de podcasts, apps para receber os resultados desportivos em direto, e por aí fora. A lista cresce a cada dia que passa e não tarda estará muito semelhante às aplicações disponíveis para o smartphone.
O Huawei Watch 3 custa 370 euros na versão Activa, o que não é uma pechincha, mas é decididamente dinheiro bem gasto para tudo aquilo que oferece, mais ainda quando comparamos com outras ofertas semelhantes. Tenho de confessar que não me lembro de experimentar um gadget que me tenha deixado com tanta vontade de ir a correr à loja, e, como ainda por cima gosto de relógios grandes, o mostrador de 46 mm fica mesmo bem no meu pulso. Tanto que no final da semana já tinha tomado uma decisão: vamos chamar-lhe um presente de Natal antecipado, de mim para mim.
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