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(Photo by ALLISON DINNER/AFP via Getty Images)
O papa Francisco voltou a dar sinais de abertura para a comunidade LGBTQIA+ e disse que as transexuais também são “filhas de Deus”.
Numa entrevista à publicação espanhola “Vida Nueva Digital”, concedida antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e divulgada esta sexta-feira, 4 de agosto, o Santo Padre recorda a primeira vez que recebeu um grupo de mulheres transexuais no Vaticano.
“As raparigas saíram a chorar. Deram-me a mão e disseram: ‘Dei a mão ao Papa e deu-me um beijo’, como se eu tivesse feito algo excecional. Vocês são filhas de Deus: (…) continua a amar-vos como são”.
O líder católico acrescentou que “Jesus ensina a não colocar limites” e a Igreja precisa manter-se de mente aberta. “Dialogar com todos é algo que Jesus nos ensinou. E digo mais: quando alguém se fecha ao diálogo, é sinal de fraqueza. Se a Igreja não tem isso que Jesus ensinou, não é Igreja. Todos têm de sentir-se escolhidos”.
Timing certo
A entrevista veio a público no timing certo, tendo em conta que a questão da comunidade trans tem gerado alguma controvérsia. Isto devido a um episódio que ocorreu na missa de abertura da JMJ, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
Num vídeo que se tornou viral, uma pessoa hasteava a bandeira que representava a comunidade transgénero foi censurada, criticada e confrontada por outros peregrinos. “Estou a representar o meu povo, tal como todos os outros, com a bandeira (…) Deus ama toda a gente”, responde.
— me (@dm4uz3) August 1, 2023
No final de julho, o sumo pontífice já tinha dito podcast oficial do Vaticano que “Deus ama-nos como somos”, em resposta a uma pergunta de uma pessoa transexual.
Francisco defende o acolhimento de todos na Igreja, uma posição que já lhe valeu críticas e até mesmo acusações de heresia por parte de alas ultraconservadoras do clero.