
Foto: mariabotelhomoniz
No mês em que se assinala do Dia Internacional da Mulher, os exemplos continuam a justificar os números da desigualdade entre homens e mulheres, nomeadamente no trabalho. Ao fim de quatro meses de licença de maternidade, a apresentadora da TVI esperava regressar ao seu posto no programa “Dois às 10h”, ao lado de Cláudio Ramos.
No entanto, não foi o que aconteceu. O seu lugar pertence agora a Cristina Ferreira, que a substituiu durante os meses em que Maria Botelho Moniz esteve exclusivamente dedicada a Vicente, o primeiro filho da apresentadora e do piloto de motos Pedro Biachi Prata.
A apresentadora regressa hoje ao ecrã, num novo desafio e novo horário, ao final da tarde. O afastamento de Maria Botelho Moniz das manhãs não foi justificado publicamente, o que gerou uma onda de críticas nas redes sociais e voltou a alertar para o alegado “castigo” infligido às mulheres quando decidem ser mães.
Uma atitude que mereceu mesmo uma reflexão especial do seu companheiro, Pedro Bianchi Prata, que não deixou de lançar umas farpas à entidade patronal da companheira:
“Hoje é dia de todas as mulheres…
Mas esta mulher é especial… é a Mãe do meu filho… é divertida… verdadeira… amiga…honesta… profissional… e muito trabalhadora.
Em breve vai abraçar um novo desafio…que tenho a certeza que será um sucesso, como tudo o que se dedica…
Hoje é dia de todas as mulheres…e esta como muitas outras.. tem de trabalhar o dobro para lhe ser dado o devido valor. Um dia tudo será diferente.”, escreveu o piloto num mensagem partilhada nas suas redes sociais no Dia Internacional das Mulheres, que se assinalou a 8 de março.
E hoje, no dia em que regressa ao trabalho depois de ter sido mãe, Maria Botelho Moniz recebeu enorme apoio nas suas redes sociais, palataforma também escolhida pelos seguidores da apresentadora para criticarem a decisão da administração da TVI:
“Infelizmente ainda vivemos num país onde as mulheres são prejudicadas por cumprirem uma necessidade básica do mundo: serem mães! Força nesta nova etapa!”, escreveu uma seguidora.
“É no programa das manhã que deverias estar, depois de voltar de uma licença de maternidade!!!!”, acrescenta outra.
“Andamos aqui a florear o assunto. Mas é só uma vergonha. Seja uma empresa grande ou pequena. Espetam com os números de facturação e fazem passar a ideia que é justificável. Não é. E choca-me que as pessoas estejam de bem. Isto continua a acontecer a inúmeras mulheres e ver um canal de tamanha importância fazer isto, passa como exemplo. Errado. Muito errado. Muita força Maria, és a única correcta nesta situação”, acusa uma outra seguidora.
Entre muitos exemplos, recorde-se a historia da futebolista islandesa Sara Gunnarsdóttir, a quem a equipa francesa do Lyon deixou de pagar os salários quando soube da sua gravidez. Ao fim de meses de luta em tribunal, a futebolista viu os seus direitos serem reconhecidos. A verdade é que, em pleno século XXI, o desequilíbrio entre maternidade e carreira continua bem presente na sociedade.