Materiais usados para uma mutilização genital feminina assistida
Foto: SIMON MAINA / AFP

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou dados que mostram que 230 milhões de meninas e mulheres vivas foram submetidas à mutilação genital feminina (MGF). Fica provado que houve um aumento de 15% desta prática nos últimos oito anos, uma vez que em 2016 havia 200 milhões de casos. 

“A mutilação genital feminina prejudica o corpo das meninas, prejudica o seu futuro e põe em perigo as suas vidas”, afirma Catherine Russell, diretora executiva da UNICEF. “Estamos a verificar uma tendência preocupante de submeter meninas cada vez mais jovens a esta prática. Isso reduz ainda mais as hipóteses de intervenção. Precisamos de fortalecer os esforços para acabar com esta prática.” Segundo a UNICEF seria necessário que a Organização das Nações Unidas (ONU) trabalhasse 27 vezes mais rapidamente do que faz atualmente para eliminar a MGF no mundo até 2030.

O relatório da UNICEF explica que a MGF não está a tornar-se mais comum no mundo, mas sim a aumentar porque estão a nascer mais meninas em países onde esta prática é já comum. Cerca de 144 milhões dos casos acontecem em países africanos, sendo que 80 milhões foram registados na Ásia e 6 milhões no Médio Oriente. Os países com maior taxa de MGF são a Somália, Guiné, Djibuti, Egito, Sudão e Mali que, segundo a UNICEF, têm também questões urgentes como conflitos ou escassez alimentar, o que faz com que seja difícil implementar programas de prevenção e proteção das meninas e mulheres.

Cláudia Cappa, principal autora deste relatório, explica que “a maioria dos homens e mulheres” dos locais onde a MGF está mais implementada “querem que a pática acabe”, mas que esse desejo não é acompanhado de uma mudança” efetiva. As denúncias estão a diminuir, uma vez que a prática deixou de ser feita em cerimónias públicas, sendo apenas do conhecimento da mãe da criança e de quem faz o corte, e há até registo de zonas de África em que mulheres se oferecem para se submeter a esta intervenção como forma de promover a “recuperação” de um aspeto cultural. O relatório revela ainda que muitas famílias optam por submeter as meninas à MGF cada vez mais cedo, muitas vezes até quando têm apenas dois anos, como forma de reduzir “danos físicos e traumas psicológicos”.

A mutilação genital feminina consiste na remoção parcial ou total da genitália externa de uma menina ou mulher. Em 2012, a ONU aprovou uma resolução para proibir esta prática que é tida como uma tradição em muitos países, especialmente em comunidades mais remotas.

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