O tempo para o amor parece sempre curto demais mas, em alguns casos, a afirmação não é feita apenas em sentido figurado.
Os especialistas crêem que, hoje, entre 4 e 30% da população masculina sofra de Ejaculação Prematura (EP). Trata-se de uma condição médica reconhecida, que se caracteriza por um tempo de ejaculação reduzido – um minuto ou menos depois da penetração vaginal -, diminuição do controlo ejaculatório e pelo impacto negativo na vida pessoal e do casal. Pode manifestar-se logo desde a primeira relação sexual ou vir a desenvolver-se mais tarde na vida.
Para além de poder ser causada por mecanismos psicológicos, factores de ordem física também podem estar na sua origem. Investigações recentes sugerem que a seratonina, um neurotransmissor produzido no cérebro e que regula funções como o sono, o apetite, o humor e alívio da dor, pode ter um papel importante na determinação do momento em que a ejaculação ocorre. Deficiências ou perturbações na produção de seratonina poderiam, assim, influir no aparecimento deste problema.
Para além de afectar a vida emocional, auto-imagem e a qualidade de vida masculinas, a ejaculação precoce atinge também a mulher: 50% das parceiras de homens com EP não conseguem sentir prazer sexual, já que esta condição implica uma interrupção indesejada e rápida da intimidade e o tempo para os preliminares é, geralmente, encurtado.
Um problema com solução
Poucos homens procuram ajuda para este problema e os especialistas pensam que tal se possa dever à ineficácia das terapêuticas e ao embaraço de pôr a questão no consultório médico.
A companheira é, muitas vezes, um factor chave para incentivar o parceiro a procurar ajuda clínica. E ela existe.
A EP é hoje tratada apartir de várias frentes: terapia comportamental, onde se ensinam exercícios práticos para o homem controlar melhor a ejaculação; aplicação de cremes e sprays tópicos, que podem, no entanto, diminuir a sensibilidade em alguns homens, e fármacos sujeitos a receita médica, que podem ser sugeridos numa consulta de andrologia. Não há razão para suportar este problema em silêncio.