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Depois de ser rejeitada por duas vezes pela Food and Drug Administration (FDA), o organismo que aprova e tutela os medicamentos nos EUA, o fármaco dos laboratórios norte-americanos Sprout Pharmaceuticals, voltou a ser avaliado pelos especialistas consultores daquele organismo oficial. E desta vez foi aprovado, com 18 votos a favor e seis contra, ainda que debaixo de fortes medidas que assegurem que as pacientes estão cientes de todos os riscos para a saúde.
Os especialistas dizem que os benefícios da nova droga – que é de toma diária e que, segundo uma noticia da CNBC, deverá ter, nos EUA, o nome comercial de Addyi – são “marginais”. Mas reconhecem que pode implicar um aumento da qualidade de vida para alguns pacientes. O problema são os efeitos secundários, que incluem a possibilidade de desmaios em “alturas imprevisíveis” – teme-se, por exemplo, que as pacientes desmaiem ao volante ou tenham outro tipo de acidentes que possam pôr-lhes a vida em risco – bem como baixa pressão arterial.
A aprovação chega depois de meses de lobby feito pela companhia farmacêutica que o desenvolveu e até por grupos de ativistas dos direitos das mulheres, que acusam a FDA de ter duplos critérios na provação deste tipo de drogas. A FDA não é, no entanto, obrigada a seguir o veredito do painel de especialistas, embora costume fazê-lo na grande maioria dos casos.
Enquanto algumas dezenas de mulheres, ouvidas pelos especialistas, falam dos problemas que a libido diminuída causa nas suas relações e qualidade de vida, as vozes mais céticas dizem que a FDA está a ceder a pressões para aprovar um medicamento cujos benefícios reais são “modestos”, quando comparados com as prováveis implicações graves para a saúde.
As medidas de cautela propostas pelo painel de consultores incluem a obrigatoriedade de certificar os médicos para que possam passar a receita e a confirmação desse certificado por parte dos farmacêuticos. Recomenda-se ainda que seja criado um registo de pacientes que estão ou estiveram a tomar o fármaco, bem como estudos de segurança adicionais, depois da sua comercialização. Alguns especialistas desaconselham ainda o consumo de álcool durante os períodos de toma o medicamento.
A droga foi inicialmente desenvolvida como antidepressivo pelos alemães da Boehringer Ingelheim, que o vendeu à Sprout depois de um parecer negativo de especialistas, em 2010, segundo a notícia da CNBC.