1 Terás tempo para ouvi-lo.
Sabe o que é que o seu filho fez ontem à tarde, quem lhe inferniza a vida lá na escola, porque é que ele não gosta de matemática? Se os pais não prestam atenção ao que os filhos dizem, porque devem os filhos prestar atenção aos pais?… Um estudo, de 1997, do psicólogo norte-americano Philip Zimbardo, concluía que a maior parte dos pais dispensava uma média diária de oito minutos para falar com os filhos e que se limitavam a dar ordens.
2 Saberás impor regras e a última palavra será a tua.
A palavra disciplina faz-nos lembrar reguadas e castigos. Mas disciplinar e castigar são coisas diferentes, avisam Parker e Stimpson. “A disciplina é um investimento. Ensina às crianças aquilo que fizeram de errado, as consequências do seu comportamento e como podem modificá-lo. Já o castigo tem como objectivo fazê-las sofrer pelo mau comportamento, com o intuito de o controlar. Visa envergonhar, amedrontar ou forçar as crianças a obedecerem, sem que elas saibam necessariamente porquê. Por isso acarreta alguns riscos, como ensiná-las a mudar de comportamento pelas razões erradas, como o medo de serem apanhadas.”
3 Darás o exemplo.
O pai e a mãe são os dois primeiros modelos cujos comportamentos a criança vai imitar. Um miúdo que ouve gritos desde o berço vai aprender que só gritando se conseguirá fazer ouvir.
4 Informar-te-ás sobre o seu dia-a-dia, amigos, actividades e interesses.
Temos medo que as más companhias, a droga, o insucesso escolar exerçam a sua influência negativa nos nossos filhos. Mas não podemos telecomandá-los desde os nossos empregos e casas: eles têm de aprender tomar a responsabilidade pelas suas acções e ganhar independência progressiva. Isso não quer dizer que os deixemos agir sós.
5 Despertarás o seu sentido ético e cívico.
Cabe só aos pais transmitir os valores que querem que os filhos persigam. Ruth Peters, psicóloga norte-americana, autora do livro ‘The 25 Laws of Parenting’*., diz mesmo: “Se pensa que os seus filhos foram naturalmente talhados para serem bons cidadãos e pessoas preocupadas, pense duas vezes. Não dependa dos pares deles, da escola ou dos media para os ensinar a comportarem-se. “
Tábua de leis: Peters recomenda que os pais façam uma lista de virtudes que querem para os seus filhos e outra com tudo o que desencorajam. Quando eles têm idade suficiente deve-lhes ser explicado o significado de palavras como generosidade, gentileza, honestidade até eles os assimilarem e porem em prática.
6 Ensinarás o teu filho a ter auto-estima.
Uma criança não cresce saudavelmente numa família que o põe numa redoma de vidro ou em que o desporto favorito é o ‘bota abaixo’. Durante os primeiros quatro anos da infância (e nos seguintes, claro) as mensagens de incentivo e promoção da auto-estima são muito importantes para o desenvolvimento psicológico saudável da criança.
7 A televisão e o computador não serão as amas dos vossos filhos.
É uma tentação para muitos pais: deixar o filho calado e quieto, entregue à televisão para terem mais tempo e calma nos seus afazeres. Mas está provado que, quando eles passam muito tempo em frente ao ecrã, à consola de jogos ou na Internet, começam a perder competências sociais (laços familiares, amigos) e capacidades de comunicação. Um estudo português**, de 1992, sobre hábitos televisivos em crianças até ao 3.º ciclo concluiu que eles viam, em média, duas horas diárias de emissões e três e meia ao fim de semana (são três anos a ver televisão, quando chegam aos 18). A Internet também é uma faca de dois gumes: um poderoso auxiliar de estudo e uma auto-estrada desgovernada, onde eles falam com desconhecidos. Já para não falar nos jogos de computador, que podem prendê-los um dia inteiro.
Tábua das Leis: Vá com eles queimar energias para o parque ou para a praia, combinem saídas de fim-de-semana, num local onde possam praticar desporto e brincar ao ar livre. Prove-lhes que há vida para além do ecrã.
8 Evitarás as batalhas entre irmãos.
As discussões e os confrontos físicos entre irmãos são um clássico das tragédias caseiras, mas têm de acontecer. Mas para bem da relação futura entre irmãos e da sua sanidade mental, é bom ter mão nas disputas fraternais.
9 Encorajarás a brincadeira e a criatividade.
Brincar é a maneira que as crianças têm de exercitar a imaginação, a inteligência, de interpretar o complicado mundo dos adultos, de se conhecerem a si mesmas e de aprenderem as regras da socialização. Que importante, não é? Por isso, brincar deve ser a ‘profissão’ delas, juntamente com a escola.
10 Escolherás bem as prioridades.
Se já disse a si própria que passa demasiado tempo a repreender, gritar ou a repetir pela trigésima vez a mesma ordem ao seu filho, provavelmente está a precisar de repensar as suas prioridades em dia. Escolha só as batalhas vitais da sua vida em família, em que vale a pena gastar tempo e energia mental, e a psicóloga Ruth Peters, aconselha “confie nos seus instintos – e nos dos seus filhos.”
Tábua das Leis: Se sabe que os seus filhos têm maturidade para tomar decisões sozinhos, deixe-os tomá-las e tomar a responsabilidade pelos seus actos. Mas, se tem dúvidas da capacidade deles resolverem questões importantes, envolva-se e continue em cima do acontecimento. Quando os pais deixam de os repreender por tudo e por nada, os jovens prestam mais atenção aos que os pais dizem porque já sabem que as questões são realmente importantes, ou então os pais não interviriam. O tempo que temos para passar com eles já é tão pouco; mais vale aproveitá-lo com paz e qualidade.
PartilharClique para subscrever a NEWSLETTER ACTIVA.pt!