Febre, tosse e dificuldade em respirar. É do que mais se tem ouvido falar nos diversos canais noticiosos, que insistem em bombardear-nos diariamente com os sintomas associados à COVID-19. Mas o que está por detrás desta pandemia e que poucos relatam? Os danos psicológicos: o stress associado à instabilidade laboral, familiar e o receio do incerto são das maiores preocupações das famílias portuguesas.
O stress é já considerado pela Organização Mundial de Saúde, “a epidemia de saúde do século XXI” e a realidade é que, desde março de 2020, tem afetado um número crescente de pessoas, comprovado pela elevada procura e consumo de ansiolíticos e antidepressivos, na grande maioria das vezes, uma automedicação.
A pandemia trouxe um isolamento social e físico, aumentando o sentimento de solidão (principalmente nos mais idosos). E a juntar à pandemia, existe ainda a pressão, caracterizada pela competitividade interpessoal, e o caos vivido nas grandes cidades. Muito trânsito, horários laborais para cumprir, um emprego exigente e não motivador, falta de tempo livre para desfrutar da família e de momentos de lazer, entre outros, são fatores responsáveis pelo stress. Este pode desencadear situações de ansiedade e de depressão, muitas vezes desvalorizada pelo seio familiar e pela sociedade.
Afinal, o que é o stress?
Na maior parte das vezes, o stress pode ser positivo. Trata-se de um processo natural, que funciona como uma resposta de defesa do organismo face a agressões externas ou internas. É muito útil em situações pontuais, mas passa a ser uma ameaça para a nossa saúde quando se prolonga no tempo e se torna crónico.
Por isso, é já considerado por uns como a maior causa de morbilidade, podendo conduzir a problemas de saúde como, por exemplo, doenças cardiovasculares, disfunção sexual, complicações gastrointestinais, obesidade ou distúrbios alimentares e, ainda, problemas de pele e cabelo, incluindo o aparecimento precoce de rugas ou de calvície. Nas mulheres é ainda frequente existirem alterações hormonais, como problemas menstruais.
Para evitar futuras complicações, é essencial identificar e reconhecer os principais sintomas: suores, dores de cabeça, fadiga, distúrbios do sono, desorientação e perda de memória, ansiedade, irritabilidade e confusão mental, dificuldade de concentração, infelicidade, pensamentos negativos, e esquecimento. Além das situações externas, existem também fatores biológicos que determinam se a pessoa é ou não propensa a desenvolver situações de stress com maior facilidade.
Para este efeito, existem ferramentas disponíveis no mercado, como a análise de Avaliação de Stress da SYNLAB, que permite determinar se a pessoa está a viver um padrão biológico de stress, a fase em que se encontra e ainda alertar para possíveis situações de Burnout (esgotamento profissional). O teste é realizado de forma simples e rápida, sendo apenas necessária a recolha de quatro amostras de saliva para kit especial, em horas específicas do dia, de forma a fazer o doseamento de duas hormonas – cortisol e DHEA.
Dê luta à condição
Em tempos pandémicos, temos duas missões: a de evitar a propagação do vírus e a de cuidar do nosso bem-estar e de quem nos rodeia. Lembre-se que o stress também pode ser evitável e aprenda a gerir futuras situações:
– Pratique exercício físico para libertação de endorfinas (“hormonas da felicidade”);
– Faça uma alimentação saudável;
– Dedique tempo livre para o lazer e para a família (com o distanciamento necessário);
– Utilize técnicas de introspeção, de meditação, de controlo da respiração;
– Ouça música relaxante, que ajuda a desligar da vida ativa por momentos;
– Desdramatize e relativize os seus problemas;
– Foque-se nas soluções e não nos problemas;
– Evite o diálogo/contacto de quem tem pensamentos negativos;
Associado a todas estas medidas, por vezes é necessária a associação de medicamentos, que devem sempre ser prescritos apenas por um médico da especialidade e nunca através de automedicação.