Ouvir, às vezes, pode parecer uma arte perdida – talvez porque agora comunicamos muito mais através de ecrãs – e é uma pena, porque ser um bom ouvinte pode ser útil em vários aspetos da vida.
Por mais simples e intuitivo que possa parecer, ouvir tem um impacto complexo na nossa existência: não só ajuda a entender outras perspetivas, mas também enriquece a compreensão, expande a capacidade de ter empatia e melhora as capacidades de comunicação. Isto verifica-se particularmente quando surgem desentendimentos, uma vez que eles requerem um esforço sincero e muita prática, o que nem sempre é fácil.
“Ser um bom ouvinte pode ser difícil no início”, diz a psicóloga clínica Ellen Hendriksen, num artigo para o site Psychology Today. “É muito mais tentador fazer outra coisa em simultâneo, falar obre as nossas experiências ou oferecer conselhos”.
De acordo com a especialista, alguns dos melhores ouvintes partilham certos comportamentos que os ajudam a estar em sintonia e a apoiar outras pessoas. A psicóloga clínica identifica-os e explica como podemos incorporá-los no nosso dia-a-dia:
- Criam segurança nas conversas. Ou seja, estas são livres de julgamentos, identificação de culpados e rejeição;
- Validam os sentimentos dos outros. Isto acontece através de gestos simples, como a utilização dos termos “claro”, “isso faz sentido” ou “compreendo isso”;
- Seguem a própria curiosidade natural. Nesse sentido, fazem perguntas e demonstram interesse no que vem do outro lado;
- Ouvem com o corpo todo. Quer isto dizer que há uma entrega total à conversa, em vez de o diálogo acontecer entre tentativas de multitasking;
- Captam o que está nas entrelinhas. Que é como quem diz, percebem o que é dito além das palavras como, por exemplo, o tom de voz ou a linguagem corporal.