
Cooperação hostil, hostilidade disfarçada ou desafio complacente. Todos estes termos, que são sinónimos, descrevem na perfeição a agressão passiva. Um traço de personalidade que, ao contrário do que se acredita, não alterna entre a passividade e a agressividade, mas combina as duas num comportamento que confunde e frustra os outros.
Segundo a assistente social e autora Signe Whitson, trata-se de uma forma deliberada e mascarada de expressar sentimentos dissimulados de raiva. Além disso, envolve uma variedade de atitudes destinadas a vingar-se de outra pessoa, sem que ela reconheça a raiva subjacente.
“Resumidamente, os comportamentos passivo-agressivos podem ser mais convenientes do que os confrontos e, regra geral, requerem menos habilidades do que a assertividade”, explica, num artigo para o site Psychology Today.
Ainda de acordo com a especialista, a agressão passiva é motivada pelo medo de expressar raiva diretamente. Isto porque os passivo-agressivos acreditam que a vida só vai piorar se os outros souberem que nutrem este sentimento, então expressam-no indiretamente. Estes indivíduos obtêm um prazer secundário genuíno ao frustrar os outros.
Este padrão pode ser destrutivo para os relacionamentos interpessoais e, com o passar do tempo, eles tornam-se confusos, desanimadores e disfuncionais. A Dra. Whitson partilha algumas das razões pelas quais os seres humanos podem ser passivo-agressivos, em vez de falarem diretamente sobre o que os incomoda:
- Ensinaram-lhes que a raiva é “errada”;
- A hostilidade embelezada é socialmente aceitável;
- A agressão passiva é mais fácil do que a assertividade;
- É fácil racionalizar um comportamento passivo-agressivo;
- Permitem que uma pessoa ‘lance farpas’ discretamente a outra;
- Podem fazer com que uma pessoa se sinta poderosa.