Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a palavra complicar quer dizer “tornar ou ficar complexo, ou confuso”. Simples, por outro lado, significa “que se faz ou resolve com facilidade; que não implica dificuldade”.
Muitas pessoas sentem que a vida se tornou demasiado complicada, ou que perderam o foco daquilo que é essencial. O psicólogo Mike Verano diz à revista “Psychology Today” que isto tende a acontecer porque as coisas que valorizam se perdem durante a interminável confusão das minúcias da vida.
O perito partilha ainda alguns métodos comprovados de como complicamos as nossas vidas:
- Concordar em assumir mais tarefas, que ultrapassam o tempo disponível para concluí-las;
- Tomar decisões importantes na vida com base no sentimento de culpa;
- Deixar de reconhecer os sinais de alerta de stress excessivo;
- Desenvolver relações com base em como esperamos que as pessoas ajam;
- Manter uma lista mental de todas as coisas más que nos aconteceram;
- Insistir para a vida ser justa;
- Dizer rotineiramente “sim” quando queremos dizer “não”.
Desfazer os nós que criámos
Embora pareça fazer sentido que, para descomplicar as nossas vidas, devamos simplesmente suspender os comportamentos acima mencionados, não é assim tão simples. É aqui que entra a prática do mindfulness.
“Ao simplesmente estarmos conscientes do que está a acontecer aqui e agora, sem julgamento, estamos mais preparados para tomar ações que sejam práticas e significativas”, explica o Dr. Verano.
Com esta consciência do momento presente, os seguintes passos começam a desembaraçar os nós das nossas vidas:
- Fazer as pazes com a mudança: saia do estado mental de resistência para um de aceitação. Isso não é desistir; acompanha o movimento natural da vida;
- Questionar as suas respostas: verifique se você está a usar ideias, teorias ou técnicas antigas como ferramentas em novas situações. Isto abre portas para novas perspetivas e respostas criativas;
- Parar de confundir entusiasmo com felicidade: procurar a felicidade, muitas vezes, torna a vida mais difícil. Isto deve-se a um entusiasmo confuso, uma emoção momentânea, com uma sensação duradoura de tranquilidade e contentamento. A felicidade é uma experiência interna que existe sempre que interrompemos a busca frenética por ela, principalmente nas coisas que vão e vêm.
- Esquecer a adição, experimentar a subtração: é muito possível que tanto o nosso armário material quanto o emocional precisem de uma boa limpeza. Se já não precisamos de algo, é escusado apegarmo-nos.