O natal não é só feito de famílias à volta da mesa, árvores de natal decoradas, presentes e boas intenções: também tem um lado negro.
Segundo a psicóloga canadiana Anita Schmalor, em ‘Is the Holiday Spirit Getting Your Family Down?’ (Psychology Today), ao contrário de nos animar a vida, as festividades natalícias, as mais das vezes, viram-nos a vida do avesso: ou porque tanta felicidade alheia nos deprime, ou porque nos lembram outros natais mais felizes. Outra das razões é que, numa época que devia ser de feliciddade e magia, as crianças se fartam de fazer birras.
Segundo Anita Schmalor, na maioria das vezes estas birras são birras em espelho, ou seja, os miúdos pressentem o nosso stresse. Curiosamente, isto tem uma explicação, digamos, ancestral, que ela explica: “Quando estamos stressados – e estar stressado significa que não nos sentimos seguros – os miúdos também se assustam. Afinal, nada pode ser mais assustador do que sentirem que a pessoa de quem eles dependem está com medo.”
Isto pode tornar-se especialmente inquietante quando esse stress se prolonga durante vários dias. “As crianças não conseguem perceber que o nosso stress vem d uma longa lista de tarefas por executar ou de ainda não termos todos os presentes. Também não percebem que nada disto é perigoso para eles. Só percebem que os pais estão stressados, e que, portanto, eles também devem stressar.”
Em ‘Let’s unplug the christmas machine’, o psicólogo Thomas Sims nota que o stress natalício se deve na maioria das vezes a duas coisas: ‘stress da carteira’ (aquilo a que chamariamos falta de dinheiro) e ‘stress de tempo’ (quando queremos apagar vários fogos de uma vez). Acresce o facto de nem sempre os natais serem épocas felizes: muitas vezes lembram-nos outros natais em que fomos mais felizes, recordam-nos pessoas que já cá não estão, ou nos deprimem simplesmente porque começamos a achar que toda a Humanidade é mais feliz do que nós.
Ideias, há algumasm sugere o psicólogo:
Faça uma lista – Para não se perder com aquilo que tem mesmo de fazer.
Estabeleça prioridades – Somos humanas, estamos cansadas, e não podemos acudir a tudo.
Não seja mártir – Peça ajuda no que puder. E as crianças podem ajudar em muita coisa.
Faça o seu luto – É normal estar triste quando se pensa nas pessoas que partiram. Não é uma ave rara. Pense nelas e encontr forma de as incluir nas celebrações.
Descanse – Mais fácil de dizer que de fazer? Às vezes é só uma questão de organização.
Faça exercício – Se conseguir, não falte ao ginásio. O exercício sempre foi um ai-stresse natural.
Controle os gastos – Se não puder, não gaste. Estamos em crise, toda a gente percebe que não se possa dar presentes caros. Mas não use a crise como desculpa para comodismo: puxe pela imaginação.
Divirta-se – Mesmo que o natal não seja definitivamente a sua praia, tente divertir-se. Esteja com os amigos, vibre com as crianças, ofereça-se um presente (ahhhhh, mas cuidado com a alínea anterior).
E não se esqueça: só é Natal uma vez por ano. Mesmo que não seja a altura mais feliz, vai passar. Em breve estaremos no Dia dos Namorados (esta foi só para se rir).