Maria Inês d’Orey
Activa
"A arte é uma forma de um grupo revelar aquilo que faz a quem não o conhece. Estou a pensar particularmente nos deficientes, que carregam um preconceito social acentuado numa sociedade em que se é avaliado numa perspectiva utilitária e de rendimento." Maria Inês de Albuquerque d’Orey, 66 anos, luta desde 1970 pelo reconhecimento social de quem é deficiente e preside, desde 1971, como voluntária, a Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência.
Cerca de 4 mil pessoas com deficiência já beneficiaram directamente desta associação, que tem por objectivo fundamental a promoção e divulgação de todas as expressões de arte e de criatividade que contribuam para o desenvolvimento global da pessoa com deficiência.
Inês d’Orey tem ultrapassado muitas barreiras, consciente dos espaços vazios por preencher e sabendo que, com a sua equipa, investe o melhor que sabe e pode para que os artistas portadores de deficiência tenham mais oportunidades de progredir e desenvolver as suas capacidades. Entre as iniciativas promovidas pela Anaced há uma que a faz encher-se de orgulho: um concurso mundial realizado no Museu da Criança de Estocolmo, Noruega, dirigido a crianças de todo o mundo, deficientes ou não. Os autistas portugueses concorreram e conquistaram o segundo lugar. "Tentamos entrar em todos os projectos e espaços de arte e de criatividade, de modo a fugir da marca da deficiência."
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