Este estudo foi realizado para complementar o documentário ‘Preparados para o fim do mundo‘, produção que revela os medos dos norte-americanos e as medidas extremas que alguns deles adotam enquanto se preparam para cenários apocalípticos.
A sondagem foi feita online, usando uma amostra de mais de 4 mil pessoas de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos em Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Estónia, Polónia, Rússia, Grécia, Turquia e Bulgária, e evidencia claramente uma distinção entre as preocupações entre os países do norte e os países do sul. 82% dos inquiridos mencionaram a crise económica, ainda que nem todos a tenham destacado no primeiro lugar, 77% preocupa-se com a saúde, 56% com o futuro das gerações e 48% com catástrofes naturais.
O estudo indica que o aumento do desemprego, a possibilidade do colapso da economia global e o receio da bancarrota do país são algumas das coisas que muito preocupam os europeus. Quando se refere ao colapso económico, 77% dos inquiridos acredita que as pessoas devem preparar-se, 86% acredita no mesmo quando se trata de catástrofes naturais. Portugal é o país que dá mais importância à prevenção de catástrofes naturas (83%), enquanto França é o país que menos se preocupa com isso (9%).
A maioria dos inquiridos declarou que, se soubesse que iria ocorrer uma catástrofe, alterariam os seus hábitos – passando por comer tudo o que quisessem até a terem mais relações sexuais. Apenas 25% afirmou que não mudavam nada na sua vida. Para além disto, o estudo releva que 61% dos cidadãos não confia nas instituições económicas e políticas nacionais e internacionais, declarando que, na possibilidade de colapso económico, só confiam em si mesmos.
Os países que indicaram a crise económica como a sua principal preocupação é maioritariamente do sul, sendo que Espanha revelou maior receio (64%). É interessante de constatar que, apesar de ser um dos países menos afectados pela crise, o resultado do Reino Unido indicou que 55% dá destaque ao receio da crise económica. Por seu lado, Portugal, um dos países mais afectados, revelou um resultado de 49%. Os cidadãos que menos se preocupam com a recessão são os russos (23%).
No norte da Europa, a questão que mais preocupa os cidadãos é a saúde, sendo que na Alemanha, na Finlândia, na Noruega e na Estónia este problema foi mencionado primeiro que a crise. Quando se trata de estabilidade económica, o estudo revela que os países que os cidadãos acham ser os mais estáveis são a Alemanha e o Reino Unido. Os com menor estabilidade e, logo, aqueles para os quais os cidadãos não iriam viver caso houvesse colapso económico são a Grécia, a Polónia, Portugal e a Bulgária.
Outro facto interessante que foi evidenciado pela sondagem é que o norte da Europa preocupa-se muito mais com as questões do terrorismo enquanto o sul se continua a preocupar mais com a instabilidade económica. Os países com maior receio de ataques terroristas são a Rússia, o Reino Unido, a Turquia e a Noruega.
As questões centrais que o estudo revela são:
- Portugal e Espanha são os países que têm mais medos relativamente à crise económica.
- Metade dos inquiridos declarou que passaria a produzir os seus próprios alimentos caso houvesse um colapso económico.
- Apenas 3% dos entrevistados confia nos políticos, enquanto 61% só confia em si mesmo.
- 49.4% considera a Alemanha o país mais seguro da Europa, em caso de colapso, tanto económico como ambiental, seguida pela Noruega e Reino Unido.