No âmbito do Dia Mundial da Menopausa, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a 18 de outubro, a consultora de recrutamento Michael Page destaca o impacto da menopausa no local de trabalho. Considerando que existem no mundo 1,2 mil milhões de pessoas que entrarão na fase da menopausa até 2030, e uma transformação em curso no trabalho, com o crescimento das funções de liderança das mulheres e alterações demográficas, trata-se de uma questão fundamental para a produtividade das empresas e a economia.
Em Portugal, as mulheres representam 50% da população ativa, metade da força total empregada, com mais de 2,4 milhões de mulheres, sendo um dos países da União Europeia onde o emprego das mulheres é mais elevado. A idade média para atingir a menopausa é de 51 anos, pelo que muita desta força de trabalho está a envelhecer e serão mulheres em transição através da menopausa nos próximos anos.
Um estudo da Michael Page no Reino Unido revelou que 3 em cada 5 pessoas que passam pela menopausa experimentam efeitos negativos no trabalho, sendo os mais comuns, distúrbios de sono, diminuição da concentração, mudanças de humor e aumento de ansiedade. Esta enorme perda de potencial tem impacto tanto para as mulheres na sua vida pessoal e profissional como para os seus empregadores. Neste contexto, a empresa lançou o debate sobre o tema, promovendo um webinar com o tema “Apoiar profissionais durante a menopausa: explorar as orientações mais recentes do empregador”, para apoiar as organizações na abordagem e na implementação da menopausa nas suas políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I).
É um facto que as pessoas trabalham durante mais tempo, e as mulheres têm sido as principais impulsionadoras do crescimento da força de trabalho ao longo da última década. Para os empregadores, considerar de forma mais eficaz a força de trabalho de mulheres com mais de 50 anos no local de trabalho em que muitas estarão em transição para a menopausa, e reconhecer a importância de apoio específico durante esta fase, é determinante para reter um grupo demográfico valioso pelo seu conhecimento, competências e experiência, para o sucesso das empresas.
Silvia Nunes, Diretora na Michael Page, refere: “À medida que emergimos da pandemia, as empresas enfrentam uma escassez crítica de pessoas e uma crise no custo de vida. Os trabalhadores mais velhos representam uma fonte negligenciada de talento que as empresas já não se podem dar ao luxo de ignorar. Garantir que as mulheres não abandonem o trabalho ou reduzam as horas de trabalho devido à menopausa é agora mais importante do que nunca, e o debate sobre o tema tornou-se crucial. Os empregadores podem apoiar mais os seus colaboradores, para aumentar a retenção de talento e manter uma forte progressão na carreira durante a menopausa, dando-lhes mais proteção”.
A definição de medidas para os empregadores responderem eficazmente ao envelhecimento da população ativa e, particularmente, às necessidades das mulheres na fase da menopausa, poderá trazer benefícios para aumentar a eficácia de um trabalho intergeracional, num ambiente de trabalho inclusivo e “mais amigo da menopausa”.
“Se as organizações estiverem bem informadas sobre a menopausa e disporem de sistemas de apoio em funcionamento, poderão ajudar os colaboradores a gerir esta enorme mudança nas suas vidas e a diminuir o impacto no seu trabalho enquanto durarem os sintomas. A DE&I precisa de ser uma área de foco para as organizações ao implementarem políticas para a menopausa e reterem este talento sénior”, acrescenta Silvia Nunes.
Entre as várias medidas e práticas que algumas empresas já estão a adotar, destacam-se o aconselhamento físico e emocional, informação específica (workshops, sessões), benefícios de saúde, como seguro e apoio psicológico, formatos híbridos ou remotos de trabalho, flexibilidade, melhores condições de espaço e equipamentos no local de trabalho (ventilação, iluminação, mobiliário, entre outros), e vestuário adequado.