Embora se fale cada vez mais na beleza real como forma de a celebrarmos, todos sabemos como as medidas do corpo feminino ainda se regem por uma fita métrica restritiva, onde há padrões que ditam se cada uma de nós corresponde à ideia generalizada do que é belo. Felizmente, há cada vez mais mulheres a olharem para si próprias e a perceberem que a beleza individual não cabe nesses padrões sufocantes, nem nas medidas que não nos servem para rigorosamente nada. Sofia Manuel, a guru das plantas com sotaque do norte, é uma dessas mulheres que, numa partilha honesta e muito reveladora da forma como as verdades absolutas sobre o corpo feminino podem ter um impacto tão grande em nós, deixou uma mensagem de empoderamento que é uma verdadeira lição de amor-próprio.
“Venho de uma família de mulheres ‘avantajadas’, aquela mama orgulhosa, que enche uma mão, ou duas, ou três… Não foi fácil perceber que enquanto crescia, algo em mim não estava a desenvolver ao mesmo ritmo. Ai a adolescência… ‘Tábua’, ‘sais mesmo ao teu pai’, ‘duas costas’, ‘rapazinho’ foram comentários com que me habituei a viver. Tantos anos de vergonha associada ao tamanho do meu soutien, tantos anos com enchimentos, push-ups, tardes inteiras deitada de barriga para baixo na praia. A que propósito? Para esconder o quê? Vergonha de quê? Deixa-me triste pensar no que senti em relação ao meu corpo (e às vezes ainda sinto, apesar de ser numa escala completamente diferente). Se gostava de ter umas mamas maiores? Amava! Hoje foi o dia em que voltei a usar um bikini de triângulo sem enchimento e achei que merecia celebrar. A vida é demasiado curta para não nos amarmos. Um grande pirete a todas as revistas, tvs, social media e pessoas que me fizeram acreditar que devia ser mais do que aquilo que sou. Obrigada corpo por me teres feito chegar até aqui, desculpa por favor o quanto fui má para ti”, escreveu, no seu Instagram, de forma completamente libertadora.