Sempre admirei (e muito) as pessoas que lutaram contra o regime autoritário do Estado Novo. Donas de uma coragem gigante, puseram as suas vidas em perigo, viveram anos em sobressalto na clandestinidade, foram presas, espancadas e ainda assim persistiram, com a convicção que aquele regime criminoso tinha de acabar. E acabou em 25 de abril de 1974. Este mês tive o privilégio de ouvir o testemunho de uma dessas resistentes antifascistas: Helena Pato. A entrevista foi em sua casa, na sala que tem uma impressionante parede forrada a fotografias. Procurei pelas ‘personagens’ reais que li no seu livro ‘A Noite Mais Longa de Todas as Noites’ e ali estavam elas, os pais, os filhos, o primeiro marido que faleceu precocemente, o segundo marido, companheiros de luta, amigos sempre prontos a dar-lhe a mão. Há histórias de resistência que davam um belo filme, esta é uma delas. Não perca, na ACTIVA deste mês.
Pode ouvir, também, de viva voz, o testemunho de Helena Pato no site do Museu do Aljube, Resistência e Liberdade, e aproveite para conhecer as histórias de outros resistentes antifascistas, que fizeram com que o mês de abril seja sempre sinónimo de liberdade.