Já notou a presença de sangue ou até mesmo de coágulos no penso higiénico durante a menstruação? Além da cor, a textura do sangue também pode sofrer alterações de ciclo para ciclo e, à partida, isto é normal.
Para começar, é importante explicar o que é o sangue da menstruação. Todos os meses, o endométrio, que é a parede interna do útero, prepara-se para receber um embrião – fica mais grosso e vascularizado, cheio de sangue. Se a fecundação não acontece, o corpo entende que pode descartar o endométrio, então o tecido rompe-se e é expelido. Juntamente com o fluxo sanguíneo, podem aparecer essas plaquinhas.
“O coágulo é a forma sólida do sangue, um processo normal que auxilia na hemostasia (estancamento), diminuindo a perda de sangue”, explica o ginecologista Marcio Masashi Kajikawa, em declarações à revista Cláudia. “As paredes uterinas podem acumular sangue, formando coágulos de até 5 mm”, acrescenta a Dra. Carla Iaconelli, ginecologista especialista em reprodução humana.
Regra geral, os coágulos não são motivo de preocupação. Só devem soar sinais de alarme quando eles se fazem presentes com muita frequência e em grande número. “Além de poderem indicar a presença de alguma doença, a perda de grande quantidade de sangue na menstruação pode gerar anemia. Por isso, é necessária avaliação médica”, sublinha o Dr. Kajikawa.
O especialista diz ainda que é preciso ter atenção ao ciclo: o tempo médio de uma menstruação é de cinco dias, sendo que o fluxo mais intenso ocorre no segundo e terceiro dias, quando podem surgir os coágulos. As mulheres que os apresentem todos os dias da menstruação devem procurar um especialista que investigue a causa. Vale o mesmo quando a menstruação com coágulos vem acompanhada com certos sintomas como, por exemplo, muitas dores, mal-estar, fraquezas, cólicas e irregularidades.
“Os coágulos podem ser indicadores de miomas uterinos, adenomiose, pólipo uterino, alteração da coagulação e distúrbios hormonais”, conclui o médico ginecologista.