As pessoas que consomem alimentos das dietas mediterrânica e MIND têm menos biomarcadores da doença de Alzheimer — placas de proteína beta-amiloide e emaranhados de tau no cérebro — quando autopsiadas, diz um novo estudo.
Na verdade, aqueles que seguem rigorosamente qualquer um dos regimes alimentares têm “quase menos 40% de hipóteses” de ter placas e emaranhados suficientes no tecido cerebral para serem diagnosticados com Alzheimer, conforme a pesquisa, publicada recentemente na edição online da “Neurology”, a revista da Academia Americana de Neurologia.
“Os investigadores descobriram que as pessoas com pontuação mais alta por aderirem à dieta MIND tinham quantidades médias de placas e emaranhados semelhantes aos de indivíduos 12 anos mais jovens do que aquelas com pontuação mais baixa”, lê-se numa declaração sobre o estudo. As conclusões não ficam por aí. Acrescentar apenas uma categoria de alimentos de qualquer uma das dietas — como comer as quantidades recomendadas de vegetais ou frutas — reduziu o acúmulo de amiloide no cérebro a um nível semelhante ao de alguém cerca de quatro anos mais jovem.
“Fazer uma modificação dietética simples, como adicionar mais verduras, frutos vermelhos, grãos integrais, azeite e peixe, pode realmente retardar o início da doença de Alzheimer. Ou reduzir o risco de demência quando envelhecemos”, disse Puja Agarwal, autora do estudo e professora assistente de medicina interna no Centro Médico da Universidade de Rush, em Chicago.
Por dentro da dieta MIND
MIND é a abreviação de Mediterranean-DASH Diet Intervention for Neurodegenerative Delay. Esta dieta foi desenvolvida em 2015, por investigadores da Universidade de Rush interessados em levar a dieta mediterrânica ao próximo nível, concentrando-se na saúde do cérebro. Em vez de fornecer uma declaração abrangente — estilo “coma mais vegetais e verduras” —, recomenda quantidades específicas de alimentos saudáveis para o órgão situdo na parte anterior e superior do encéfalo.
Por exemplo, no que diz respeito a folhas verdes, quanto mais escuras, melhor. Além disso, a rúcula, couve, espinafres, acelga e nabo, entre outros, devem ser consumidas todos os dias da semana. As bagas também surgem em grande destaque na dieta MIND. Amoras, mirtilos, framboesas ou morangos devem ser consumidos pelo menos cinco dias por semana.
Um estudo de 2017, que envolveu quase seis mil idosos americanos saudáveis, com idade média de 68 anos, descobriu que aqueles que seguiam a dieta mediterrânica ou MIND reduziam o risco de demência em cerca de um terço.