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Cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose, ou seja, aproximadamente uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Muitos países já começaram a vestir-se de amarelo, a cor oficial desta doença em março, que é o mês mundial de consciencialização para a patologia. O objetivo é alertar para uma condição cujo diagnóstico é habitualmente demorado e que pode levar à infertilidade.
Dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquézia) e dor ao urinar (disúria) são os principais sintomas, mas há outras dores associadas como, por exemplo, a abdominal e a torácica, e cada doente apresenta sintomas e níveis muito distintos de dor.
A endometriose tem um impacto profundo na vida das mulheres. Ao causar dores intensas diminui a qualidade de vida, interfere com a intimidade nos relacionamentos e pode causar depressão e infertilidade. O tempo médio para o diagnóstico é de quatro a onze anos, o que pode protelar o sonho da maternidade Muitas mulheres demoram a procurar ajuda médica porque a dor, menstrual ou a da intimidade, ainda pode ser um tabu.
A endometriose consiste na presença do tecido que reveste o útero por dentro (endométrio) fora da sua localização habitual. Os focos de endometriose encontram-se mais frequentemente nos ovários, nas trompas uterinas, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal. A queixa mais frequente é dor menstrual ou dor pélvica crónica, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se os implantes de endometriose invadirem outras estruturas, como o intestino grosso, a bexiga ou o reto.
Esta doença pode provocar obstrução das trompas, distorção de anatomia pélvica ou formação de quistos ováricos que, em determinadas ocasiões, necessitam de cirurgia, com a consequente perda de tecido ovárico e diminuição da reserva ovárica.
Mitos e Verdades
Mitos
- É sempre doloroso: embora, na maioria das vezes, cause dor intensa, há casos em que pode ser assintomática;
- Está ligada ao cancro do ovário: a endometriose é uma doença benigna. É muito raro tornar-se condição maligna;
- A gravidez cura a endometriose: pode sentir-se alívio dos sintomas durante a gravidez – a doença “adormece”, mas na maioria dos casos os sintomas voltam após o parto;
- É uma doença rara: esta doença afeta cerca de 10-15% da população feminina. A incidência não pode ser considerada pouco frequente.
Verdades
- Pode causar infertilidade: quando não tratada, a endometriose pode evoluir, dificultando a gravidez. Cerca de 35% das mulheres inférteis podem ter endometriose. E das mulheres com endometriose, 40% podem sofrer de infertilidade. Daí a importância do diagnóstico precoce;
- É hereditário: não está comprovado, mas parece existir maior probabilidade de a mulher ter endometriose quando há casos na família.