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A insuficiência cardíaca é uma síndrome grave e crónica, causada por mudanças na estrutura ou na função do coração, o que leva a que este órgão não seja capaz de bombear sangue suficiente para todo o organismo. Esta alteração pode resultar em vários sintomas, como cansaço, falta de ar, dificuldade em respirar durante a noite, inchaço das pernas, tonturas e palpitações, entre outros.
Sendo estes sintomas comuns a outras doenças, o diagnóstico pode passar despercebido. Assim, para a sua deteção, é necessário uma avaliação médica cuidadosa e o recurso a exames complementares, como eletrocardiogramas, ecocardiogramas e análises sanguíneas.
Esta doença pode estar associada a uma redução marcada da qualidade de vida, devido aos sintomas que podem ser incapacitantes. Em Portugal, é uma das principais causas de internamento hospitalar, apresentando também uma elevada mortalidade – superior à de muitos cancros – caso não seja detetada e tratada adequadamente.
Os estudos realizados mostram que as causas mais frequentes de insuficiência cardíaca nos portugueses são a pressão arterial elevada e a doença das artérias do coração, como a angina de peito e enfartes. Para além disso, existem outros fatores de risco para o desenvolvimento desta doença: diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, consumo alcoólico excessivo, sedentarismo, história familiar de doenças do coração e mutações genéticas, entre outros.
Atendendo ao envelhecimento da população, é expectável que o número de pessoas com esta doença venha a aumentar de forma exponencial nos próximos anos, sendo estimado um aumento de 50 a 70% até 2030. Aliás, a insuficiência cardíaca é considerada uma das principais epidemias do século XXI.
Assim, esta é uma doença muito frequente em Portugal e no mundo, sendo o diagnóstico muitas vezes tardio, o que implica uma fraca qualidade de vida, internamentos recorrentes e mortalidade elevada.
No entanto, é possível mudar o paradigma desta doença. Para isto, é essencial o diagnóstico precoce, que se baseia na avaliação médica de pessoas com sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca, bem como na deteção de pessoas assintomáticas mas em risco de desenvolver esta doença.
Assim, as pessoas que sofrem de pressão arterial elevada e doença das artérias do coração devem ser seguidas regularmente, cumprir a medicação e realizar de forma periódica eletrocardiogramas e ecocardiogramas. Para além disso, quem apresenta os fatores de risco já referidos, deve ser avaliado também de forma regular pelo seu médico.
Após o diagnóstico, o doente deve ser encaminhado para uma consulta especializada em insuficiência cardíaca, para iniciar o tratamento adequado. Felizmente, devido à evolução da medicina nas últimas décadas, com um diagnóstico realizado de forma atempada, o tratamento – baseado em medicamentos, exercício, dieta e eventualmente intervenções cirúrgicas – pode melhorar bastante os sintomas e prolongar a sua vida.
Em caso de necessidade, procure o seu médico. Estamos aqui para ajudá-lo a cuidar do seu coração.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.