O meu filho… já é adulto!

O mais difícil é lembrar que ainda ontem (literalmente) ele tinha horas para entrar em casa. Viver com filhos adultos é cada vez mais comum: arranjar casa em Portugal não é para qualquer pessoa, os estudos prolongam-se no tempo, as relações entre pais e filhos melhoraram, e já poucas pessoas casam para fugir aos pais. Claro que ser um adulto de corpo nem sempre é a mesma coisa que ser um adulto de cabeça, como muitos pais sabem, e também é verdade que ser adulto nem sempre é a mesma coisa que ser tratado como tal, como muitos filhos também sabem. Mas as coisas entre pais e filhos podem evoluir para uma relação mais calma até que na adolescência.

O que é que deve mudar? Alguma coisa, ou então entra-se numa eterna infantilização da pessoa que vive connosco. Se a ‘criança’ já trabalha, pode perfeitamente participar nas despesas de família, até porque isso lhe dá uma sensação de utilidade. Dessa maneira, embora ainda esteja em casa dos pais, o filho não está numa posição tão infantil. Claro que, se ele ajuda a pagar renda, água e luz, depois os pais não podem continuar a fazer-lhe cenas de cada vez que chega às 5 da manhã, desde que não acorde a vizinhança a cantar o fado. Problema: actualmente é-se independente cada vez mais tarde.

Crianças à força?

As coisas não têm de ter uma frieza matemática: se partilhamos despesas podes entrar às tantas da madrugada, se não pagas, nada feito. De qualquer maneira, lembre-se que agora se trata de um acordo entre dois adultos, e que portanto a convivência tem de resultar para ambas as partes. Não se sinta obrigada a aturar-lhe tudo só porque ele é adulto. É adulto mas enquanto partilha o espaço com outras pessoas, tem de seguir regras de convivência básicas. Por outro lado, não se sinta obrigada a impor-lhe limites só porque outras pessoas acham que deve.

Se achar que a sua casa se está a transformar num hotel, é porque provavelmente ele precisa de um espaço próprio. Não tem o pôr debaixo da ponte com a trouxa, mas pode fazer o que puder para o ajudar e incitar a encontrar casa.

Separar-se fisicamente dele não implica cortar todos os laços. Aliás, nunca se é emocionalmente independente dos pais, nem os pais dos filhos: somos afectados ao longo do tempo pelas opiniões e atitudes das pessoas que amamos. Mas a luta pela independência deve ser encorajada. É por isso que não se deve estranhar a importância cada vez maior do mundo exterior. É normal que ‘não possam’ estar consigo: a vida deles não são os pais, e às vezes, quanto melhor se dão com os pais, mais este corte é doloroso. Podem mesmo pedir coisas materiais como uma forma de assegurarem aos pais que ainda dependem deles…

O melhor a fazer: não competir. Não tem uma vida? Arranje uma e deixe-o ter a dele. Crie outros objectivos. Faça amigos novos, reveja os velhos, vá de férias, vá ao cinema, vá à ginástica. Perceba que às vezes, quanto mais se ama, mais se precisa de pôr o outro à distância .







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