Há uma crença quase generalizada de que a convivência entre sogra e nora é difícil. Não é que seja assim em todos os casos, mas parece ser na grande maioria. De facto, segundo um estudo inglês, uma em cada quatro mulheres não se dá bem com a sogra e a maioria descreve a mãe do companheiro como sendo “controladora e intrometida”.
O vídeo que está a correr a internet, onde se pode ver a mãe de Gerard Piqué a agarrar a cara de Shakira e a fazer, com o dedo indicador junto à boca, sinal para esta se calar, enquanto Piqué assiste a tudo sem intervir, veio colocar novamente a tónica neste assunto tão antigo como o próprio tempo.
Na verdade, quando duas pessoas se juntam, trazem consigo o seu próprio sistema de valores e a sua família. E, muitas vezes, as relações tensas entre noras e sogras começam porque algumas mães criam expetativas muito próprias para os filhos, não os deixando crescer e sentindo-se ameaçadas pela pessoa que o filho escolhe para partilhar a sua vida. Nestes casos, cabe à mãe deixar o filho viver as suas escolhas e, quando isso não acontece, compete ao filho cortar esse cordão umbilical e impor os limites necessários para que a mãe entenda que a vida é dele e que as decisões do casal não têm que passar por ela. Isto para bem da sua sanidade mental e da saúde da sua relação.
Num organismo vivo como é uma família, pode ser difícil perceber o lugar que toda a gente ocupa, sobretudo quando se está a formar uma nova família nuclear. Mas é fundamental que toda a gente respeite o espaço de cada um e saiba que a chegada de uma nova pessoa em nada belisca a relação que já existe entre mãe e filho ou filha. O mais importante é não entender a relação entre sogra e nora como uma competição. Porque ninguém está a ocupar o lugar de ninguém. Mesmo quando chocam entre si e na forma como vêem a vida, o respeito deve ser a base desta relação.
Contudo, muitas vezes a chegada de filhos piora substancialmente esta dinâmica entre sogra e nora. Isto porque há uma tendência da batalha de influências se estender para os netos, agravando-se e tornando-se mais explícita a discrepância de opiniões e de posições. Mais uma vez, aceitar o lugar que cada um ocupa dentro do seio familiar, sem entrar em disputas desnecessárias que só desgastam as relações (sejam elas de que cariz forem), é o primeiro passo para a harmonia. Estabelecer limites claros e encarar o outro com empatia, mantendo uma comunicação fluída e respeitosa são estratégias também importantes nesta relação.