Muito se fala no impacto das redes sociais na saúde mental, mas o que pensam os profissionais sobre o assunto?
Julie Smith, psicóloga clínica, é a pessoa certa para responder a esta pergunta. Em novembro de 2019, começou a publicar vídeos no TikTok e, num curto período, fez da plataforma um espaço de terapia. Com mais de 221 milhões de visualizações e um livro de autoajuda best-seller no currículo, é um fenómeno de popularidade online e na vida real.
Quando questionada sobre a relação entre redes sociais e saúde mental, deu o próprio exemplo. A perita explicou que, como tudo, estas plataformas são aquilo que fazemos delas.
“Eu podia sentar-me na minha sala de terapia, ver uma pessoa de cada vez e reclamar sobre o facto de haver muita desinformação por aí, ou podia envolver-me, divulgar coisas positivas baseadas em evidências e melhorar as hipóteses de alguém encontrar isso”, começou por dizer à “Psychologies”. “Então, pareceu-me uma maneira mais positiva de lidar com a maneira como o mundo mudou. Em vez de tentarmos renegá-las ou desejar que [as redes sociais] desapareçam, podemos tentar tonar o nosso canto do mundo mais positivo”.
Quanto às regras para esses espaços virtuais, afirma que todos temos um grau de controlo sobre os conteúdos que consumimos. Como tal, é importante tomar as rédeas da situação. Isso pode consistir, por exemplo, em deixar de seguir perfis com publicações que despertam sentimentos negativos ou indesejados.
“Os algoritmos existem para perceber aquilo que queremos ver, portanto, se lhes dissermos o que queremos e não queremos, isso pode melhorar a experiência online”.