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Cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose, ou seja, aproximadamente uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva.
A doença, cujo diagnóstico é habitualmente demorado e que pode levar à infertilidade, foi descoberta em 1860 e, até hoje, a sua causa exata é desconhecida. Há vários estudos e teorias, desde fatores genéticos, passando pelos imunitários, aos ambientais. Dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquézia) e dor ao urinar (disúria) são os principais sintomas, mas há outras dores associadas, como a abdominal ou torácica, e cada doente apresenta sintomas e níveis muito distintos de dor.
Sara Cardoso Fernandes, 27 anos, conhece bem esta doença silenciosa. Foi diagnosticada em 2018, já casada e a planear ter um filho.
“Era uma jovem sem problemas, que vivia intensamente num mundo cor-de-rosa, rodeada de pessoas maravilhosas e de momentos repletos de alegria e felicidade. Os meus sonhos envolviam um casamento cheio de amor e magia. Adivinhava-se, logicamente, um novo pensamento que consistia na materialização da maior dádiva da vida… ter um filho! Mas 2018 ficou também marcado pela inversão deste ciclo de felicidade, com o diagnóstico de endometriose”, revela.
Logo nesse ano foi operada duas vezes para excisão de um quisto no ovário esquerdo. No ano passado foi novamente sujeita a uma cirurgia para a excisão de um quisto no ovário direito e de nódulos profundos da endometriose na cavidade pélvica.
Em 2019, Sara recorreu a um hospital privado para engravidar. Nenhum dos três tratamentos foi bem-sucedido. Os medos, as angústias e a tristeza aumentaram, mas não perdeu a esperança, apesar de a doença estar bastante avançada.
“Questiono-me como foi possível que esta doença não tenha sido detetada em consultas ginecológicas regulares”, desabafa.
A persistência e o apoio de familiares e amigos acabaram por devolver a Sara o sonho da maternidade. No verão de 2020, após consulta na clínica IVI, especializada totalmente na procriação medicamente assistida, foi submetida a uma fertilização in vitro, desta vez, com sucesso. Já falta pouco para ser mãe!