
A língua portuguesa está de repleta de provérbios e dizeres que já percorreram gerações, sendo que muitos deles ajudam-nos a fazer as escolhas certas e até a sermos mais saudáveis. Ora, vejamos alguns exemplos:
- Quem come a correr, do estômago vem a sofrer;
- Quem ceia e logo se vai deitar má noite há-de passar;
- Mais mata a gula que a espada;
- Quem come pouco aproveita muito;
- Conforme comemos, assim vivemos.
Mas outros nem por isso… por certo já ouviu a expressão “pãozinho sem sal” e sabe que a conotação não é a melhor. Esta expressão passa a mensagem de que algo sem sal não tem interesse, não tem piada ou não tem sabor. À primeira vista pode até fazer sentido porque realmente, para além de ser utilizado como conservante, a principal função do sal é dar sabor ou intensificar o sabor dos alimentos e esta é a razão para que poucos de nós consigamos passar sem umas (ou muitas) pedras de sal nos nossos pratos.
Mas, e se lhe disser que a Organização Mundial de Saúde determinou como recomendação diária máxima de sal para um adulto 5g, equivalendo a 1 colher de chá (Atenção: esta quantidade inclui todo o sal ingerido no dia, desde o que adicionamos aos alimentos durante as refeições até ao que é adicionado nos produtos processados e mesmo o sal naturalmente presente nos alimentos).
E se lhe disser ainda que, em média, os portugueses consomem 50% mais sal do que esta recomendação, será que estas informações o farão pensar duas vezes antes de escolher um alimento, ou antes de pegar no saleiro para adicionar mais um pouco de sal aos seu prato?
Se estes factos ainda não são suficientes para querer mudar os seus hábitos no sentido de reduzir o consumo de sal, talvez falte falar-lhe das consequências do consumo excessivo de sal a curto e médio prazo. Provavelmente saberá que o excesso de sal provoca hipertensão arterial associada a doenças cardiovasculares. Mas os malefícios do sal não ficam por aqui. Tome nota de mais algumas consequências:
- Nos ossos: promove a perda de cálcio através da urina, aumentando o risco de osteoporose;
- No estômago: está associado ao desenvolvimento de cancro do estômago;
- No cérebro: pode provocar dor de cabeça, AVC e demência;
- Nos rins: pode provocar doença renal e pedras nos rins;
- Na composição corporal: está associado à retenção de líquidos e à obesidade.
Ou seja, o sabor que o sal dá está associado a um conjunto de riscos que vale a pena pensar se faz mesmo sentido correr. Se o que o faz resistir à mudança é o sabor, saiba que reduzir o consumo de sal deve passar por 3 regras:
- Limitar o consumo de alimentos ricos em sal: alguns exemplos: queijos e enchidos; snacks salgados (oleaginosas salgadas, bolachinhas salgadas); salgados (empadas, croquetes, rissóis, batatas fritas de pacote e semelhantes); sushi (principalmente devido à soja);
- Verificar os rótulos: evite os alimentos com mais de 1g/100g ou mais de 0,5g/100ml;
- Adicione menos sal durante a confeção dos alimentos: substitua o sal por plantas aromáticas e outros ingredientes repletos de sabor, como a cebola, o alho, o pimento, o gengibre ou o limão. É possível confecionar refeições com muito sabor sem utilizar (ou utilizando muito pouco) sal.
Redescubra sabores, experimente sabores novos e ganhe saúde.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.