Partilhar uma vida em comum mostra-nos exatamente os defeitos e qualidades – sem qualquer tipo de filtro – do nosso parceiro. É na rotina do dia-a-dia que mais facilmente surgem atritos ou pequenos problemas que, se mal resolvidos ou conversados, tornam-se em algo maior. As tarefas domésticas são, nesse sentido, uma das causas principais dos conflitos entre os casais, principalmente porque tendem a recair maioritariamente sobre um dos elementos, fomentando aqui um sentimento de frustração e de injustiça. Mas as coisas não têm (nem devem) ser assim e o psicólogo e escritor Alberto Soler ensina-nos como repartir as tarefas domésticas de forma justa.
Contudo, o autor começa por desmistificar esta ideia de que o trabalho deve ser dividido de forma totalmente igualitária. Segundo ele, isto é impossível e, na prática, os casais devem focar-se numa rotina mais realista. Para isso, Alberto Soler propõe distribuir os grandes blocos organizacionais, como a limpeza ou a alimentação, de forma a que quem fique encarregue de por a mesa, também tem a tarefa de a levantar, de lavar a loiça, de a arrumar e de deixar o lava-loiça limpo, por exemplo.
Por outro lado, quem ficar responsável pela roupa, deve colocá-la a lavar, estendê-la, apanhá-la e arrumá-la nos respetivos armários. Mas, dentro destas tarefas, cada pessoa é que decide quando as faz, já que pode estar cansada e preferir passar a ferro apenas no dia seguinte ou aproveitar o fim-de-semana para fazer várias máquinas de roupa.
Outro conselho que o psicólogo dá é que, se o seu parceiro estiver a limpar a casa, não esteja sentado no sofá a descansar. Mesmo que sinta que não tem nenhuma tarefa para fazer, de certeza que encontra algo que pode executar, ajudando assim a outra pessoa e mostrando que há um cuidado natural em relação ao outro e às tarefas necessárias. Podem, depois, em conjunto definir o vosso tempo de lazer, para que os dois usufruam desse momento.