As temperaturas estão mais baixas, as folhas caem e os dias ficam cada vez mais curtos. Mudanças claras de que o outono já chegou — e o inverno está mesmo ao virar da esquina. Enquanto muitas pessoas aguardam ansiosamente pela estação fria, outras são atiradas para um tipo de depressão muito comum nesta altura do ano.
O que é?
O transtorno afetivo sazonal (TAS) ou depressão sazonal consiste numa condição que envolve sintomas depressivos diretamente relacionados com as mudanças climáticas. É mais comum ocorrer durante os meses de outono e, principalmente, de inverno, provocando sintomas como tristeza, sono excessivo, aumento do apetite e dificuldade de concentração. Porém, também pode surgir no verão, embora não seja tão prevalente.
Quem pode sofrer de TAS?
Os investigadores acreditam que a prevalência do mal-estar patológico no inverno tem uma alta correlação com o menor tempo de exposição à luz. Assim sendo, os indivíduos que vivem mais longe da linha do Equador correm maior risco de desenvolver este transtorno de humor do que quem vive perto da linha do Equador.
“A luz solar desempenha um papel crítico na diminuição da atividade da serotonina, aumento da produção de melatonina, distúrbios dos ritmos circadianos [o ‘relógio interno’ do corpo, que determina processos biológicos como, por exemplo, o sono e o apetite] e baixos níveis de vitamina D associados aos sintomas de TAS”, lê-se num estudo publicado na revista científica “Depression Resistant Treatment”.
Segundo a médica de família Kristen Fuller, que escreveu um artigo sobre o assunto para a revista “Psychology Today”, as mulheres correm um risco maior de desenvolver TAS comparativamente com os homens; e os indivíduos com histórico de depressão ou transtorno bipolar também apresentam risco aumentado.
O que fazer?
Se pensar nos meses de inverno causa-lhe ansiedade, talvez seja uma boa ideia estar um passo à frente da depressão sazonal. Conforme explica a psicoterapeuta Allison Abrams no artigo da “Psychology Today”, existem várias medidas que pode tomar para reduzir o impacto da condição:
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Manter a agenda preenchida: quando nos sentimos tristes, o isolamento pode fornecer um alívio temporário, mas acaba por reforçar hábitos negativos;
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Ter um sistema de apoio: fale com amigos e familiares sobre o que se passa. Estar rodeada de apoios sociais positivos pode combater alguns dos sintomas da depressão, seja sazonal ou não;
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Aumentar a exposição à luz solar: a Associação Americana de Psicologia recomenda sair o máximo possível durante o dia ou sentar-se perto de uma janela para apanhar sol;
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Ir ao ginásio: vários estudos demonstram que os efeitos do exercício sobre a depressão são comparáveis aos dos antidepressivos. Uma pesquisa do Instituto de Investigação Cooper, localizado em Dallas, Texas, nos EUA, concluiu que fazer caminhadas de 35 minutos, seis vezes por semana, reduz os níveis de depressão em 47 por cento;
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Fazer meditação: quando combinada com o exercício, a meditação e outras práticas de mindfulness provaram ser estratégias eficazes contra a depressão;
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Apostar na psicoterapia: este tipo de terapia é realizado por um psicólogo e foca-se no desenvolvimento do humor e do comportamento, de modo a ajudar o paciente a entender e controlar as próprias emoções em diferentes cenários.