É culpada de praticar phubbing? Muito provavelmente, a resposta é sim. Mesmo que não tenha a certeza do que isso significa.
O termo refere-se ao ato de ignorar ou deixar de conversar com alguém por causa do telemóvel e é cada vez mais comum — além de bastante irritante.
“Todos são culpados”, diz William Hanson, diretor-executivo do instituto de etiqueta e protocolo The English Manner, ao The Guardian.
Em declarações à mesma publicação, a jornalista e autora Paula Cocozza partilha vários episódios emotivos que ouviu durante a pesquisa para o livro “Speak to Me”. Essas histórias incluíam a de uma mãe que atirou o telemóvel da filha pela janela e a de uma pessoa que destruiu o tablet de um ente querido. O tipo de comportamentos que esperaríamos ver num ecrã, nomeadamente num serviço de streaming, mas que está a infiltrar-se no nosso quotidiano.
Perante uma realidade em que o phubbing está a causar problemas fora do mundo digital, eis algumas regras de etiqueta que todos devemos seguir:
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Não usar o telemóvel durante refeições: exceto se tiver reservado um lugar no restaurante para o dispositivo, deixe a atividade para outra ocasião. “Não há espaço para o telemóvel na mesa”, afirma a coach de etiqueta Laura Akano.
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Não atender chamadas em transportes públicos: provavelmente, não é uma boa ideia partilhar as suas conversas num espaço confinado, esteja em modo altifalante ou não, explica Akano.
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Não olhar para o telemóvel enquanto anda: embora seja pouco provável ignorar alguém no processo, olhar para o ecrã é a forma mais fácil de chocar com um estranho na rua. Quem o diz é Liz Wyse, conselheira da Debrett’s, a autoridade em etiqueta britânica.
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Não desviar o olhar para o telemóvel durante uma conversa: Diane Gottsman, fundadora da Escola de Protocolo do Texas, diz que os olhos são as janelas da alma. Como tal, quando desviamos o olhar em plena interação, dá-se uma desconexão entre as partes envolvidas.
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Não trocar mensagens durante um funeral ou casamento: sim, a sério, algumas pessoas precisam de ler isto. A maioria dos indivíduos tem o bom senso de ativar o modo silencioso em funerais, mas não em casamentos. Segundo William Hanson, trocar mensagens durante a cerimónia é rude;
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Não fazer scroll enquanto vê TV: o mesmo aplica-se a ver televisão na companhia de um ente querido. Desligue-se do dispositivo e aproveite o vosso tempo juntos, recomenda Wyse.
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Não atender chamadas na casa de banho: ninguém quer ouvir isso, a não ser em casos de extrema urgência, revela Hanson.
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Ao acordar, não ‘cumprimentar’ o telemóvel antes do parceiro: fazer scroll em conjunto não grita romance. “Compre um despertador a sério. Ou coloque o telemóvel na outra ponta do quarto. “Cumprimentar os humanos antes dos gadgets é sinónimo de boa higiene da relação”, remata o especialista da The English Manner.