
Com tanta informação a que temos acesso hoje em dia, pode tornar-se difícil saber distinguir a verdade dos mitos. Por isso mesmo, o The Independent falou com a nutricionista Rhiannon Lambert para colocar os pontos nos i’s a 5 mentiras nas quais, provavelmente, acreditamos (ou já acreditámos) quando o assunto é nutrição.
1 – Comer demasiados ovos faz mal
Este mito tem muito a ver com o colesterol – acredita-se que os ovos contibuem para o aumento do risco no que toca a problemas caridovasculares. “Na verdade, os ovos aumentam os níveis de HDL (o ‘bom’) colesterol, que está associado a um menor risco de várias doenças“, afirma a nutricionista, lembrando que também são uma excelente fonte de proteína.
Por norma, o aconselhado é comer entre um a três ovos diários.
2 – Óleos vegetais são saudáveis
Este é um mito defendido graças às gorduras poliinsaturadas presentes nestes alimentos, que são associadas a menor risco de doença cardíaca. “Porém, importa saber que há diferentes tipos de gorduras poliinsaturadas, sobretudo ómegas-3 e ómegas-6“, diz Lambert. Para a nutricionista, o saudável é consumir ambos de forma equilibrada – o que não acontece para a maioria das pessoas.
“Enquanto obtemos ómega-3 dos peixes e animais herbívoros, as maiores fontes de ómega-6 são óleos vegetais. É importante obter ambos num certo equilíbrio e as pessoas estão a consumir muito pouco ómega-3. Se quer diminuir o risco de doenças, consuma ómega-3 e opte por diferentes óleos vegetais, como azeite ou óleo de colza“, remata.
3 – A carne faz mal
Aqui, a nutricionista faz questão de sublinhar que, de facto, algumas carnes podem não ser tão saudáveis, sobretudo tendo em conta o modo como os animais foram criados, e o quão processadas são. Porém, carnes vermelhas não processadas não parecem ter efeitos nefastos significativos na nossa saúde.
“Não há uma forma correta de comer para todos. Somos todos únicos e aquilo que resulta para uma pessoa pode não resultar para outra. Porém, quando começamos a eliminar grupos completos de alimentos, como a carne, corremos o risco de ter deficiências de vitaminas e minerais“, alerta.
4 – Todas as calorias são iguais
Aquilo que comemos é mais importante do que o número total de calorias. “Diferentes comidas passam por diferentes caminhos metabólicos no corpo e podem ter um impacto nas hormonas que regulam as quantidades que comemos, bem como o número de calorias que queimamos”, explica Lambert.
Por exemplo, a proteína irá saciar-nos mais, em comparação com as calorias derivadas das gorduras ou hidratos de carbono. Exemplos de alimentos com alto índice de saciedade podem ser: batatas, carne, ovos, leguminosas e frutas – ao contrário de sobremesas e bolos, por exemplo.
5 – Ingerir gorduras engorda
A nutricionista aponta que o “culto” dos alimentos com 0% gordura nem sempre é o mais saudável, já que, por norma, para compensar a falta de sabor, são adicionados açúcares aos produtos. “Apesar de terem mais calorias que os hidratos de carbono e proteínas, as dietas ricas em gordura não nos tornam gordos“, afirma a nutricionista.
Posto isto, aconselha alguns alimentos com gorduras saudáveis que devemos consumir com moderação: peixes ‘gordurosos’, frutos secos, abacates, iogurtes (sem ser os 0% gordura), manteiga vegetal.